Protesto

Família deve acionar a Justiça no caso Débora

Jovem de 22 anos faleceu após complicações da cirurgia de cesariana no fim de semana

Jô Folha -

Uma família viveu momentos de pânico no fim de semana, na Santa Casa de Misericórdia de Pelotas. Após passar por uma cirurgia de cesariana na quinta-feira, dia 10, Débora Duarte, de apenas 22 anos, teve seu quadro clínico piorado e faleceu no sábado, dia 12, por complicações do procedimento. Familiares, amigos e apoiadores se reuniram no final da tarde de terça-feira (15) para protestar e buscar respostas. A família deve acionar a Justiça nos próximos dias e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) já solicitou esclarecimentos do hospital. Em nota, a Santa Casa informou que houve uma intercorrência médica - um imprevisto.

Apesar do mau tempo, um protesto chegou a ser marcado para o fim da tarde da terça-feira. Em torno de 30 pessoas se reuniram na praça Piratinino de Almeida, em frente à casa de saúde. Uma nova manifestação deve ser organizada pelo grupo Nascer Sorrindo Pelotas e pelo Nascer Direito, coletivo de mulheres contra a violência obstétrica. Laura Cardoso, uma das integrantes do coletivo, adianta que as mulheres preparam um dossiê com informações e relatos de violência obstétrica que será encaminhado ao Ministério Público para investigações.

Todos vestiam camisetas feitas na véspera com uma foto de Débora no último ensaio fotográfico, grávida do filho Lorenzo, que nasceu saudável e está sob os cuidados de familiares. Maior que a indignação dos conhecidos e até de desconhecidos, só a tristeza. 

“Ela sempre teve uma saúde boa. Foi a todas as consultas do pré-natal no posto da Bom Jesus. De uma hora pra outra, acontece tudo isso”, conta a sogra, Veridiana de Almeida. Débora era casada com Kanaa, com quem já tinha um filho de três anos. O casal estava junto desde a adolescência. Na redes sociais, ela mostrava a ansiedade pela chegada do filho Lorenzo em diversas publicações.

O caso
Veridiana acompanhou a nora durante toda a quinta-feira. Com as contrações e um sangramento, elas procuraram atendimento no Hospital-Escola da UFPel, onde teria sido orientada a voltar para casa. A família resolveu, no momento, buscar atendimento na Santa Casa. Na instituição, ela foi operada às pressas em função do sangramento e das contrações seguidas.

Durante todo o procedimento, os familiares não receberam informações sobre o estado de saúde - tanto de Débora, como do bebê. À noite, Veridiana conta que Lorenzo foi encaminhado para o quarto e Débora, conforme informaram atendentes, precisava ficar em observação. No dia seguinte, ela foi encaminhada para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em função da piora do seu quadro clínico. Os familiares acusam negligência médica da equipe que realizou o atendimento. Segundo relatos, uma veia teria sido perfurada, o que teria gerado todo o problema.

“Aí teve que fazer outra cirurgia. Veio outro médico conversar e não sabia o que tinha acontecido. Continuava o sangramento e eles iam fazer tudo o que podiam para estancar. Mas como o primeiro médico não viu isso?”, lembra Veridiana, com indignação. Na madrugada de sábado para domingo, Débora teve uma parada cardíaca e faleceu.

Secretaria de Saúde pede esclarecimentos
Ainda sem informações oficiais e técnicas sobre o ocorrido, a secretária municipal de Saúde, Ana Costa, conta que já oficiou a Santa Casa de Misericórdia pedindo esclarecimentos sobre o ocorrido. “Até o momento, não temos nada oficial, nem tecnicamente, nem da própria instituição, nem da família. Soube através de uma publicação na rede social”, conta.

Nota da Santa Casa
“A Santa Casa de Misericórdia de Pelotas vem, através da presente nota, informar sobre intercorrência médica pós-parto que envolveu a paciente Débora Pinto Duarte, no dia 10/01/2019. A referida paciente internou na maternidade da Santa Casa de Pelotas no dia 10/01/2019 com a indicação de parto via cesariana. Após a realização da cirurgia a paciente teve uma grave intercorrência, que apesar de toda a assistência médica especializada amplamente disponibilizada durante toda a internação, a paciente evoluiu para o óbito.”

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